quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A cada três segundos, um idoso é diagnosticado com algum tipo de demência no mundo

As demências crescem não só no país como no mundo. Simpósio em Brasília discutiu importância de se vencer o preconceito com relação às doenças.
O Brasil vai duplicar o número de idosos até 2030, quando a previsão é que 18% da população esteja acima de 60 anos. Esse grupo vai ultrapassar o percentual da população de 0 a 14 anos, que corresponderá a 17% da população e sempre foi maior no país.
Com o avanço da longevidade, o país tem muitos desafios pela frente, um deles, a demência. Doença não letal, a demência provoca a perda da independência do individuo, compromete a memória e a capacidade de tomar decisões, a orientação no tempo e espaço, provoca alteração do comportamento e do raciocínio.  O tema foi assunto do I Simpósio ABRAZ-DF sobre demências, organizado em Brasília, nesta sexta-feira (21/10).
No mundo, um caso de demência é diagnosticado a cada 3 segundos. “As demências tornaram-se  uma epidemia mundial. É preciso um despertar urgente para esse problema”, alerta o geriatra Otávio Castello, da Associação Brasileira de Alzheimer do DF.  Para o geriatra, o assunto deve ser abordado, pois a demência é uma doença que precisa ser desmitificada.
Hoje, 54% dos idosos com demências têm Alzheimer, 9% possuem demências vasculares e 14% demências mistas, segundo a demógrafa Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Os casos de Alzheimer são crescentes ano após ano. Se em 2010, 1 milhão de idosos no Brasil tinham Alzheimer, em 2020 serão 1,6 milhão.
No Sistema Único de Saúde (SUS), somente o Alzheimer, gerou 38,13 milhões de atendimentos ambulatoriais no ano de 2015. Para tratar esses pacientes, o Ministério da Saúde disponibiliza, sob recomendação médica, a rivastigmina, a donepezila e a galantamina.
Além do tratamento com remédios, o SUS oferece a Caderneta do Idoso, que está implantada em mais de 500 municípios e dimensiona e orienta a população idosa nos territórios; o Programa de Qualificação em Saúde da Pessoa Idosa da Unasus (Universidade Aberta do SUS) que já formou mais de 2 mil profissionais no tema e o Melhor em casa, programa que realiza atendimento domiciliar, cujos atendimentos por equipe multiprofissional correspondem a 70% de idosos.
“Os dados demonstram que precisamos lidar com um novo paradigma na saúde, ou seja, focando no cuidado continuado”, avalia a coordenadora de saúde do Idoso do Ministério da Saúde, Cristina Hoffmann.
Os fatores de risco para as demências também foram tratados no simpósio em Brasília. Entre eles, estão a obesidade, uso de álcool, falta de atividade física e a depressão. Para prevenir doenças, entre elas as demências, o Ministério da Saúde tem trabalhado com programas de incentivo a atividade física, como o Academia da Saúde, que tem 1.165 polos em todos os estados brasileiros, e o incentivo a alimentação saudável, com a divulgação de guias alimentares e a redução do sódio nos alimentos.

Fonte: Publicado na Associação Brasileira de Alzheimer - Link: http://abraz.org.br/node/760 (Novembro de 2016).

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Comunicação: Dificuldades e Dicas para lidar melhor

É comum idosos com demência apresentarem dificuldade no que diz respeito à comunicação. Muitos relatam problemas com fala e com a recordação de palavras e situações. 
Essas situações provocam embaraços e angústia tanto à pessoa cuidada como aos familiares.
Algumas vezes a pessoa cuidada pode ficar irritada por não conseguir falar ou se expressar, embora entenda o que falam com ela. Para facilitar a comunicação, serão descritas a seguir algumas dicas:
  • Use frases curtas e objetivas.
  • Evite tratá-las como crianças utilizando termos inapropriados como “vovô”, “querido” ou ainda utilizando termos diminutivos desnecessários como “bonitinho”, “lindinho”, a menos que a pessoa goste.
  • O cuidador deve repetir a fala, quando essa for erroneamente interpretada, utilizando palavras diferentes.
  • Fale de frente, sem cobrir a boca, não se vire ou se afaste enquanto fala e procure ambientes iluminados para que a pessoa além de ouvir veja o movimento dos lábios da pessoa que fala com ela, assim entenderá melhor.
  • Aguarde a resposta da primeira pergunta antes de elaborar a segunda, pois a pessoa pode necessitar de um tempo maior para entender o que foi falado e responder.
  • Não interrompa a pessoa no meio de sua fala, demonstrando pressa ou impaciência.
  • É necessário permitir que ele conclua o seu próprio pensamento.
  •  Diminua os ruídos no ambiente onde a pessoa cuidada permanece.
  • É importante que o cuidador ao se referir a alguém conhecido, explique à pessoa cuidada de quem está falando: “Maria, sua filha”; “João, seu vizinho”, assim a pessoa vai se situando melhor na conversa e vai relembrando pessoas e fatos que havia esquecido.
É fundamental estabelecer uma boa comunicação entre o idoso e todas as pessoas envolvidas no cuidado, para isso é preciso  paciência e compreensão do estado da doença.

Referências: Brasil. Ministério da Saúde. Guia prático do cuidador. – 2. ed. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009. Disponível em:  http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/geral/guia_pratico_cuidador.pdf

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Evolução e Fases da Doença de Alzheimer


A doença de Alzheimer é subdividida em fases, definidas a seguir:

  1. Fase Inicial: Perda de memória, confusão e desorientação; Ansiedade, agitação; Alteração da personalidade e do senso crítico; Dificuldades com as atividades da vida diária.
  2. Fase Intermediária: Dificuldade em reconhecer familiares e amigos; Alucinações, inapetência, perda de peso e incontinência urinária; Dificuldades com a fala e a comunicação; Distúrbios do sono; Início de dificuldades motoras.
  3. Fase Final: Dependência total; Incontinência urinária e fecal; Indivíduo fica restrito à poltrona ou ao leito; Presença de úlceras por pressão; Término da comunicação.
  4. Fase Terminal: Posição fetal; Alimentação enteral; Infecções de repetição e Morte.
Conhecer as os estágios da doença é algo muito importante, pois desta forma é possível entender a evolução da doença e suas características permitindo prestar cuidados específicos ao idoso em cada fase. Por isso, é imprescindível que haja o acompanhamento multiprofissional.

Referências: AlzheimerMed. Sintomas e Evolução. Disponível em: http://www.alzheimermed.com.br/diagnostico/sintomas-e-evolucao   

domingo, 4 de dezembro de 2016

Idosos e Problemas Cognitivos

        O idoso com Doença de Alzheimer apresenta significativa perda das funções mentais devido à perda dos neurônios, mecanismo característico da doença.

        O ideal é que o idoso desempenhe as atividades que ainda consegue desempenhar, permitindo a sua autonomia, mesmo que seja um processo lento e delicado. Por isso, a ajuda oferecida deve ser gradual. Uma dica interessante é oferecer pouco e se necessário aumentar a oferta de auxílio:



  • Observe como o paciente desempenha as tarefas. Se ele estiver seguro, permita que ele faça sozinho.
  • Auxilie apenas nas etapas que o paciente não conseguir fazer. Por exemplo, fazer parte da receita culinária, com auxílio para acompanhar a receita ou mexer no fogo.
  • Faça a maior parte, mas permita que o paciente participe de alguma maneira do resultado, nem que seja fazendo escolhas.
  • Faça pelo paciente o que ele não conseguir, para garantir sua segurança, saúde e qualidade de cuidado.
       É importante fazer com o paciente e não pelo paciente, respeitando e preservando a sua capacidade. Supervisione, auxilie e faça por ele apenas quando ele não possuir condições para execução da determinada tarefa. Isso permitirá a autoestima e será boa fonte de utilização de recursos disponíveis.

        Seguem algumas dicas para o planejamento de atividades:

  • Auxilie o paciente dividindo tarefas em etapas. Se necessário, monitore-o verbalmente (diga o que ele deve fazer a cada momento).
  • Faça listas de afazeres, descrevendo as etapas a serem cumpridas.
  • Selecione atividades que, por serem complexas, precisam de auxílio e garanta o máximo de autonomia, oferecendo ajuda apenas no que o paciente não for capaz de fazer sozinho.
Referências: AlzheimerMed. Problemas Cognitivos. Disponível em: http://abraz.org.br/orientacao-a-cuidadores/cuidados-com-o-doente-de-alzheimer/problemas-cognitivos