sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Cuidador e os riscos ocupacionais

 


Alguém que está doente ou tem alguma limitação funcional necessita de cuidados. Mas muita gente se esquece de que aqueles que cuidam de outra pessoa também precisam de atenção especial. Afinal, quem exerce o papel de cuidador de idosos passa por desgastes físicos e emocionais e, se não se precaver, também acabará adoecendo (GRATÃO, 2012).


Um dos principais riscos que um cuidador de idosos está sujeito é a ausência de autocuidado. Longas horas sem descanso e falta de apoio para dividir as tarefas que levam à sobrecarga, à anulação da vida pessoal e ao estresse, com inúmeras consequências para a saúde (ROSO, 2023).


Muitas vezes o cuidador tira o foco de si e se doa 100% à pessoa que está sendo cuidada, o que o expõe a diversas condições, como: (GRATAO, 2012; ROSO, 2023)


  • Insônia, falta de apetite e irritabilidade; 

  • Fadiga;

  • Tendência a vícios e abuso de substâncias (cafeína, álcool, cigarro ou medicamentos);

  • Problemas físicos (palpitações, tremores e queixas digestivas);

  • Mudanças frequentes de humor e estado de ânimo;

  • Dar importância excessiva a pequenos detalhes; 

  • Maior tendência a se acidentar;

  • Não admitir a existência de sintomas físicos ou psicológicos.


Todos estes sintomas são, muitas vezes, sinais do esgotamento físico e psicológico desse cuidador, por isso devemos nos atentar a eles. Na próxima semana falaremos sobre formas de evitar e aliviar este desgaste psicológico que recai sobre o cuidador.


Referências


GRATÃO, A. C. M. et al. Sobrecarga e desconforto emocional em cuidadores de idosos. Texto Contexto - Enferm. v. 21, n. 2, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tce/a/wbT7yCZMDVq5JMSGNbx7vvz/#


ROSO, L. O cuidador também precisa de cuidado: conheça os riscos do trabalho sem descanso. GZH zero hora, 2023. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/60-mais/noticia/2023/07/o-cuidador-tambem-precisa-de-cuidado-conheca-os-riscos-do-trabalho-sem-descanso-cljr1i9xs00180150mys7sxl2.html#:~:text=Um%20dos%20maiores%20riscos%20a,in%C3%BAmeras%20consequ%C3%AAncias%20para%20a%20sa%C3%BAde.


sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Demência por corpos de Lewy, o que é?

 


A demência por corpos de Lewy é a perda progressiva da função mental, envolvendo sintomas motores semelhantes à doença de Parkinson, caracterizada pelo desenvolvimento e acúmulo de corpos de Lewy (proteínas) nas células nervosas. É o terceiro tipo mais comum de demência (HUANG, 2023).


Principais sinais e sintomas:  (BRUNA, 2023)

  • Dificuldade de movimento: falta de equilíbrio, movimentação lenta, caminhada arrastada, quedas frequentes, dificuldade para engolir, tremores;

  • Flutuação da função cognitiva: um dia as pessoas podem estar alertas e aptas a prestar atenção e conversar de forma coerente, e no dia seguinte podem estar sonolentas, desatentas e quase mudas;

  • Distúrbios do sono: caracterizado pela representação física dos eventos ocorridos durante os sonhos;

  • Mudanças de humor e de comportamento: depressão, ansiedade agitação, agressividade;

  • Alucinações visuais (a mais comum) e auditivas recorrentes: delírio, crenças em ideias falsas, paranoia, entre outras.

Principais fatores de risco: (HIRSCH, 2022)

  • Ter mais de 60 anos;

  • Ser do sexo masculino;

  • Ter um membro da família que tenha tido esta doença, ou doença de Parkinson ou doença de Alzheimer.


Não há cura para a demência de corpos de Lewy, mas é possível aprender a gerir os sintomas e viver com qualidade (HIRSCH, 2022). 


Referências


HUANG, J. Demência por corpos de Lewy e demência da doença de Parkinson. MSD e os Manuais MSD, 2023. Disponível em https://www.msdmanuals.com/pt-pt/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais-da-medula-espinal-e-dos-nervos/delirium-e-dem%C3%AAncia/dem%C3%AAncia-por-corpos-de-lewy-e-dem%C3%AAncia-da-doen%C3%A7a-de-parkinson?autoredirectid=24675


BRUNA, M. H. V. Demência por corpos de Lewy. Drauzio Varella, 2023. Disponível em: https://drauziovarella.uol.com.br/homem-2/demencia-por-corpos-de-lewy/


HIRSCH, M. et al. Demência com corpos de Lewy (DCL). ADA, 2022. Disponível em: https://ada.com/pt/conditions/dementia-with-lewy-bodies/


quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Sinais da depressão em idosos

 


Vamos em primeiro lugar, relembrar o que são os chamados sinais de uma manifestação clínica:

Os sinais são dados que podem ser percebidos por um examinador, seja esse um profissional da saúde, ou até mesmo um amigo, ou familiar. Assim, são exemplos de sinais a tosse, palidez, perda de memória, tremores, mudança de humor, e o ganho ou perda de peso (SEPULVEDA, 2019).

A desordem mental mais  comum  na  terceira  idade  é  a  depressão, e o quadro em idosos nem sempre se apresenta de maneira típica, fazendo com que o diagnóstico  demande  maior  cautela (ORTIZ; WANDERLEY, 2011).

Assim, a depressão no idoso pode ocasionar sinais como: (ARAÚJO et al, 2017)

·        Choro frequente;

·        Abatimento;

·        Abandono de atividades diárias;

·        Preferência por ficar em casa;

·        Lentificação motora;

·        Perda de memória;

·        Dificuldade de concentração.

Dessa forma, a depressão pode reduzir a capacidade funcional e interferir na realização de atividades rotineiras como comer, vestir-se e tomar banho, influenciando também na mobilidade geral ao desmotivar atos como caminhar, subir e descer degraus, e sair de casa, sendo por conta disso, fundamental estar atento a presença de seus sinais nos idosos (ARAÚJO et al, 2017).

 

Referências

SEPULVEDA, J. E. M. et al. Anamnese padrão. OLÉ UFF. Disponível em: http://ole.uff.br/wp-content/uploads/sites/414/2019/08/Anamnese-padr%C3%A3o-2019.pdf 

ORTIZ, B. R.; WANDERLEY, K. S. Reflexões sobre o uso da Escala de Depressão Geriátrica (GDS-15) em idosos hospitalizados. Trabalho de conclusão do Aprimoramento em Atendimento Interdisciplinar em Geriatria e Gerontologia – Psicologia, 2011. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/18553/13741

ARAÚJO, A. T. C. et al. Impacto da fisioterapia associada à música sobre a depressão de idosos institucionalizados: relato de casos. Revista de Trabalhos Acadêmicos Universo Recife, v. 4, n. 2, 2017. Disponível em: http://revista.universo.edu.br/index.php?journal=1UNICARECIFE2&page=article&op=view&path%5B%5D=4538&path%5B%5D=2586


sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Sensação de perda de sentido da vida em idosos, o que fazer?

 


Na velhice, alguns sintomas físicos podem trazer incômodos, como a diminuição da visão, a perda ou aumento de peso e assim por diante. Por mais que seja um processo natural, vivenciar essas mudanças no corpo pode ser difícil para algumas pessoas, e assim a saúde mental é afetada (SOUZA, 2020).


Nesta visão destaca-se a dependência funcional que muitos idosos enfrentam, isto é, a presença de dificuldade ou a necessidade de ajuda para realização de atividades que fazem parte do cotidiano, necessárias para uma vida independente na sociedade, o que pode levar o idoso a uma sensação de perda de sentido e propósito de vida (MELO, 2013).


Por isso, é importante focar em um envelhecimento saudável e manter uma vida ativa, realizando atividades como: (FILHO, 2021)


  • Alimentação adequada;

  • Atividades físicas;

  • Sono de qualidade;

  • Evitar estereótipos (“ranzinza, teimoso, gagá”).


Uma das atividades mais importantes é o convívio social, manter atividades em grupos de amigos como: jogar cartas, danças, bingo, rodas de conversa e se reunir com a família, sempre que possível, os tradicionais “almoços de domingo” são muito importantes para que o idoso se sinta útil e importante dentro do seu ciclo social, aumentando o sentimento de pertencimento e propósito de vida (SOUZA, 2020).


Referências


SOUZA, L. Dia do idoso: pandemia, saúde mental e física são desafios. Agência Brasil, 27 de setembro de 2020. São Paulo. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-09/dia-do-idoso-pandemia-saude-mental-e-fisica-sao-desafios.


MELO, R. L. P. et al. Sentido de vida, dependência funcional e qualidade de vida em idosos. Rev. bras. geriatr. gerontol. v.16, n.6, 2013. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbgg/a/rgkdLc7PgRMtNMcZMzsmd5j/#


FILHO, H. C. S. Como manter uma mente saudável depois dos 60 anos. Bem viver em Minas. 6 de abril de 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/especial-publicitario/bem-viver-em-minas/noticia/2021/04/06/como-manter-uma-mente-saudavel-depois-dos-60-anos.ghtml