sexta-feira, 30 de maio de 2025

Os benefícios de parar de fumar em qualquer fase da vida

 


O tabagismo é um dos principais fatores de risco para diversas doenças crônicas e degenerativas, como câncer, demências, doenças cardiovasculares, respiratórias e problemas circulatórios. E embora os prejuízos do cigarro sejam amplamente conhecidos, muita gente ainda acredita que “parar de fumar na velhice já não adianta mais”. Isso é um mito! (GOULART, 2010)

A verdade é que parar de fumar traz benefícios reais para a saúde em qualquer fase da vida, inclusive na terceira idade.

Como o cigarro afeta a saúde do idoso?

O tabaco prejudica diretamente a qualidade de vida, além de reduzir a disposição para atividades do dia a dia e afetar a socialização, o sono e o apetite. Trazendo inúmeros malefícios, como: (OPAS, 2021)

  • Aumento do risco de infarto e AVC;

  • Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e falta de ar;

  • Enfraquecimento do sistema imunológico;

  • Perda de massa muscular e fragilidade óssea;

  • Maior risco de demência e problemas cognitivos.

Benefícios de parar de fumar! 

Parar de fumar, mesmo após a terceira idade e anos de dependência, traz melhorias significativas em pouco tempo: (OPAS, 2021)

  • Após 24 horas, o risco de infarto já começa a cair;

  • Em algumas semanas, há melhora na respiração, no paladar e na circulação;

  • Após alguns meses, há redução do risco de infecções pulmonares e tosse crônica;

  • Em 1 a 5 anos, o risco de doenças cardíacas e AVC cai consideravelmente;

  • Melhora da qualidade de vida, aumento da expectativa de vida e autonomia do idoso.

Parar de fumar não é fácil, principalmente quando o hábito está presente há décadas. Por isso, o apoio da família, da equipe de saúde e de grupos de apoio é essencial. Se você está na terceira idade e fuma, ou conhece alguém nessa situação, incentive a busca por ajuda. A decisão de parar de fumar é um gesto de amor próprio! (Ministério da Saúde, 2018)

Referências

GOULART, D. et al. Tabagismo em idosos. Rev. bras. geriatr. gerontol. v. 13, n. 2, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1809-98232010000200015

OPAS. Mais de 100 razões para parar de fumar. Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Maio de 2021. Disponível em:  https://www.paho.org/pt/mais-100-razoes-para-parar-fumar#:~:text=Entre%202%20a%2012%20semanas,metade%20da%20de%20um%20fumante.

BRASIL. Parar de fumar na velhice aumenta a longevidade! Ministério da Saúde, Brasil. 29 de Abril de 2018. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-parar-de-fumar/noticias/2018/parar-de-fumar-na-velhice-aumenta-longevidade

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Reflexos e visão: quando o idoso deve parar de dirigir?

 


Manter a autonomia é fundamental para o bem-estar na terceira idade, e dirigir representa liberdade, independência e interações sociais para muitos idosos. No entanto, com o passar dos anos, o corpo passa por mudanças naturais que podem afetar a segurança no trânsito, tanto para quem dirige quanto para os outros (ADURA et al, 2023).

No Brasil, não existe uma legislação ou idade exata para parar de dirigir, mas sim um conjunto de fatores que indicam se a direção continua sendo segura, para entendermos isso, antes precisamos compreender:


O que é preciso para dirigir com segurança? 


Para dirigir com segurança, várias partes do nosso corpo funcionam ao mesmo tempo: (PITOL, 2023)


  • Sistema Nervoso: para prestar atenção no tráfego, perceber uma situação de risco, processar as informações e comandar a resposta do corpo ao ambiente;

  • Visão: para enxergar a pista, a sinalização da rua, os veículos e pedestres;

  • Audição: para ouvir os motoristas e seus sinais sonoros;

  • Mobilidade: para mexer nos pedais, no volante e conseguir virar a cabeça para olhar um cruzamento. 


Quando todos os fatores citados estão funcionando bem, estamos prontos para dirigir de maneira segura e agir para evitar um acidente  (PITOL, 2023).


Quando é hora de parar?


A decisão deve ser feita com cuidado e respeito, levando em conta a opinião do idoso, da família e de profissionais de saúde. Não existe uma idade exata para parar de dirigir, mas sim um conjunto de fatores que indicam se a direção continua sendo segura (ADURA et al, 2023).


Sinais que devem ser levados em conta na decisão: (HILL, 2024)


  • Dificuldade para ver placas, pedestres ou obstáculos;

  • Se perder com facilidade em trajetos conhecidos;

  • Respostas mais lentas a situações no trânsito;

  • Pequenos acidentes ou "esbarrões" frequentes;

  • Medo ou ansiedade ao dirigir;

  • Uso de muitos medicamentos que causam sonolência ou tontura.


Esta pode ser uma decisão difícil para muitos idosos pois interfere diretamente em sua rotina e independência como dito anteriormente, por isso, é importante oferecer alternativas: caronas, transporte por aplicativo, transporte coletivo, entre outros. A perda da direção não precisa ser sinônimo de isolamento (ADURA et al, 2023). 


Cuidar da segurança no trânsito é cuidar da vida! 


Referências


ADURA, F. E. et al. Mobilidade e Condução Veicular da Pessoa Idosa. Associação Brasileira de Medicina do Tráfego – ABRAMET. 26 de Março de 2023. Disponível em: https://abramet.com.br/repo/public/commons/DIRETRIZ%20O%20CONDUTOR%20IDOSO%20FINAL%2026052023%202(1).pdf


PITOL, V. A. Tenha uma direção segura! Manual da pessoa idosa condutora, 1 Edição. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), 2023. Disponível em: https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2023/11/1699883102_Manual_da_Pessoa_Idosa_Condutora_2023.pdf


HILL, L. L. O motorista Idoso. MSD Manuals. Julho de 2024. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/quest%C3%B5es-sobre-a-sa%C3%BAde-de-pessoas-idosas/o-motorista-idoso/o-motorista-idoso

sexta-feira, 16 de maio de 2025

A solidão na terceira idade: como fortalecer os vínculos?

 



A terceira idade é uma fase incrível e de muito aprendizado e sabedoria para muitas pessoas. Mas, para outras, esse período também é acompanhado de diversas perdas, distanciamento da sociedade e isolamento. A solidão, silenciosa, não afeta apenas o emocional, mas também a saúde física e mental (ALMEIDA et al, 2022).  


Por que a solidão é tão “comum” no envelhecimento?


Com o passar dos anos, é comum a redução do círculo social: amigos que se vão, filhos que moram longe, menos oportunidades de convivência. Tudo isso pode gerar sentimentos de abandono, tristeza profunda e até quadros de depressão e ansiedade. A solidão, por muitos meses ou anos, também está associada a quedas na imunidade, piora de doenças crônicas e maior risco de demência (ARAÚJO et al, 2024). 


Como fortalecer os vínculos? (MIGUEL et al, 2021)

  • Convívio familiar: visitar, fazer chamadas de vídeo, almoçar junto ou simplesmente ouvir, a presença faz toda a diferença;

  • Grupos e atividades comunitárias: centros de convivência, oficinas, igrejas, clubes de idosos e projetos sociais ajudam a manter o idoso ativo e com sentimento de pertencimento;

  • A tecnologia é uma aliada: ensinar o idoso a usar o celular ou redes sociais pode aproximá-lo de familiares e amigos distantes;

  • Valorização da escuta: perguntar como foi o dia, lembrar histórias antigas, reconhecer sentimentos. Tudo isso é cuidar.

Sentir-se sozinho não deve ser visto como algo inevitável na velhice. É possível, e necessário, construir e fortalecer redes de apoio. Seja com a família, vizinhos, profissionais de saúde ou instituições sociais, todo idoso merece companhia, afeto e oportunidades de convivência. Para isso, precisamos quebrar estigmas e mudar a forma como a sociedade enxerga a velhice, deixando para trás ideias preconceituosas e reconhecendo o valor, a história e a sabedoria que cada pessoa idosa carrega (MIGUEL et al, 2021).

Referências

ALMEIDA, F. I. S. et al. A solidão na terceira idade: impactos psicossociais na saúde mental do idoso. Centro Universitário UNA, rede Ânima Educação, 2022. Disponível em: https://repositorio-api.animaeducacao.com.br/server/api/core/bitstreams/fc6b448a-8e0a-4fb0-8897-b525e21a25d9/content

ARAÚJO, T. M. B. et al. Fatores que contribuem para solidão na pessoa idosa. Rev. Acervo Saúde. v. 24, n. 9, 2024. Disponível em: https://doi.org/10.25248/REAS.e16572.2024

MIGUEL, E. N. et al. Estratégias para o Fortalecimento dos Laços entre Pessoas Idosas Institucionalizadas e suas Famílias. Congresso Internacional de Envelhecimento Humano. p. 191-210, 2021. Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/editora/ebooks/cieh/2020/28062021085257-E-BOOK-VII-CIEH.pdf

sexta-feira, 9 de maio de 2025

O olhar da enfermagem na Atenção ao Idoso

 


No dia 12 de Maio é comemorado o Dia Internacional da Enfermagem, nosso objetivo neste post de hoje é homenagear e reconhecer a importância desta classe na atenção ao idoso trazendo um olhar de empatia e o cuidado humanizado (OPAS, 2024).  


As enfermeiras e enfermeiros são peças fundamentais para promover a saúde e prevenir doenças, além de serem a espinha dorsal dos sistemas de saúde no mundo inteiro. Esses profissionais trabalham na linha de frente da prevenção de doenças, na promoção da saúde e na gestão em saúde. No que diz respeito ao envelhecimento, o papel da enfermagem vai muito além de procedimentos técnicos: é sobre acolher, escutar e cuidar com respeito e empatia (OPAS, 2024).


Um olhar que enxerga além da idade!


O idoso precisa ser visto como um ser único, com sua história de vida, suas dores, suas memórias e seus sonhos. O profissional de enfermagem, muitas vezes, é quem está mais próximo no dia a dia, tornando-se um ponto de apoio fundamental para o bem-estar e a qualidade de vida (BRITO, 2023).


Cuidar com empatia na prática é? (ZUCHETTO et al, 2019)


  • Ouvir com atenção;

  • Ter paciência diante das limitações;

  • Respeitar o tempo e as escolhas do idoso;

  • Promover autonomia e dignidade;

  • Estimular vínculos e o afeto no cuidado.


Importância do olhar humanizado no cuidado ao idoso


A humanização é um pilar fundamental da assistência de enfermagem, pois orienta o cuidado a partir das necessidades reais de cada pessoa idosa. Isso significa respeitar sua individualidade, promover sua autonomia e oferecer um atendimento que vá além da técnica. Está nos pequenos gestos, como segurar a mão, oferecer um sorriso ou simplesmente perguntar como foi o dia, atitudes simples que fazem grande diferença na vida do idoso e de seus familiares (BRITO, 2023).


Referências


OPAS. Dia Internacional da Enfermagem 2024. Organização Pan-Americana de Saúde, 2024. Disponível em: https://www.paho.org/pt/campanhas/dia-internacional-da-enfermagem-2024


BRITO, P. M. S.; OLIVEIRA, A. C. D. Papel da Enfermagem na Saúde dos Idosos. Revista FT. v. 27, n. 123, 2023. Disponível em: https://revistaft.com.br/papel-da-enfermagem-na-saude-dos-idosos/

ZUCHETTO, M. A. et al. Empatia no processo de cuidado em enfermagem sob a ótica da teoria do reconhecimento: síntese reflexiva. Revista Cuidarte. v. 10, n. 3, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.15649/cuidarte.v10i3.624

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Como identificar sinais de doenças intestinais em idosos?

 


No mês de maio, a campanha Maio Roxo tem como objetivo reforçar a conscientização sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs), que afetam mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo. As principais formas dessas doenças são a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa (PONTE, 2023). 


O que são as Doenças Inflamatórias Intestinais?


As Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs) são doenças crônicas que ocorrem quando o próprio sistema de defesa do corpo, que deveria nos proteger, acaba atacando o intestino por engano. Isso causa uma inflamação persistente, principalmente no intestino delgado e no cólon, prejudicando o funcionamento do sistema digestivo. Embora não tenham cura, podem ser controladas com acompanhamento médico, alimentação adequada e uso de medicamentos específicos (PONTE, 2023).


Apesar destas doenças serem mais comuns em pessoas jovens, os idosos também podem desenvolvê-las porém seus sinais podem ser silenciosos ou mais sutis, atribuídos a “sintomas da idade” ou medicamentos (Associação de Gastroenterologia do Rio de Janeiro, 2023).  


Sinais e sintomas comuns: (SOARES, 2024)


  • Diarreia persistente (às vezes com sangue);

  • Dor abdominal frequente;

  • Perda de peso sem explicação;

  • Cansaço e fraqueza;

  • Febre baixa constante;

  • Sensação de urgência para evacuar;

  • Anemia.


Se estes sintomas durarem mais de uma semana ou forem recorrentes, procure um médico! Estas doenças exigem toda uma mudança nos hábitos alimentares e de vida, por isso, quanto antes forem diagnosticadas, melhor é a qualidade de vida da pessoa!  (SOARES, 2024)


Referências


PONTE, G. Maio Roxo alerta para diagnóstico precoce das doenças inflamatórias intestinais. Portal Fiocruz, 15 de maio de 2023. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/maio-roxo-alerta-para-diagnostico-precoce-das-doencas-inflamatorias-intestinais


AGRJ. Maio Roxo: mês de conscientização das Doenças Inflamatórias Intestinais. Associação de Gastroenterologia do Rio de Janeiro (AGRJ), 2 de maio de 2023. Disponível em: https://socgastro.org.br/novo/2023/05/maio-roxo-mes-de-conscientizacao-das-doencas-inflamatorias-intestinais-3/


SOARES, I.; LUSTOZA, L. Maio Roxo promove conscientização e visibilidade das doenças inflamatórias intestinais. Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 22 de maio de 2024. Disponível em: https://www.saude.df.gov.br/web/guest/w/maio-roxo-promove-conscientiza%C3%A7%C3%A3o-e-visibilidade-das-doen%C3%A7as-inflamat%C3%B3rias-intestinais