sexta-feira, 28 de março de 2025

Por que tomar a vacina da gripe todos os anos?

 


     É muito importante que os idosos tomem a vacina da gripe todos os anos! Esta é uma frase que sempre ouvimos ano após ano, mas a explicação para isso vai além do fato de surgirem novas cepas do vírus da gripe todos os anos, o principal motivo se dá pelo fato de os idosos passarem por um fenômeno chamado imunossenescência (NEUMAN, 2024).  


Apesar de ser uma palavra que de início talvez assuste, a imunossenescência é um processo que faz parte do envelhecimento natural do nosso corpo onde as células de defesa do organismo começam a perder sua eficiência, isso somado ao fato de muitos idosos possuírem doenças crônicas como diabetes e hipertensão, os torna um grupo muito suscetível a infecções, em especial a gripe em suas formas mais graves  (NEUMAN, 2024).  

A vacina como aliada dos idosos:


A vacina da gripe se torna uma grande aliada dos idosos por justamente auxiliar o sistema imunológico do idoso a produzir anticorpos contra o vírus, o que diminui suas chances de contrair a doença e, quando contrai, os casos são leves, sem sintomas e complicações graves. Geralmente um idoso não vacinado tem uma recuperação mais difícil e lenta que pode afetar diretamente a sua autonomia (TAVARES, 2025).


Onde e quando posso me vacinar?


A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe ocorre todos os anos nos meses de março e abril, esta data é estratégica pois antecede os meses mais frios do ano onde geralmente aumentam os casos desta doença. A vacina é oferecida gratuitamente pelo SUS, basta ir até a unidade básica de saúde mais próxima de sua casa, lembrando que inicialmente a vacina está liberada apenas para os grupos prioritários: idosos, crianças, gestantes, etc (TAVARES, 2025).


Referências


NEUMAM, C. Vacina da gripe em idosos: por que é importante tomar e os perigos de deixar de se proteger. Instituto Butantan, Governo do Estado de São Paulo, 2024. Disponível em: https://butantan.gov.br/noticias/vacina-da-gripe-em-idosos-por-que-e-importante-tomar-e-os-perigos-de-deixar-de-se-proteger
    

TAVARES, A. Tomei a vacina da gripe recentemente, preciso tomar de novo em 2025? Especialista do Butantan explica. Instituto Butantan, Governo do Estado de São Paulo, 2025. Disponível em: https://butantan.gov.br/noticias/tomei-a-vacina-da-gripe-recentemente-preciso-tomar-de-novo-em-2025-especialista-do-butantan-explica

sexta-feira, 14 de março de 2025

A Chikungunya pode aumentar o risco de demência nos idosos?


Causada pelo vírus chikungunya (CHIKV), a febre chikungunya é uma doença que afeta as articulações e limita a capacidade de realizar atividades. É transmitida através da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue, Zika e da febre amarela. Identificado pela primeira vez na década de 1950, na Tanzânia, o vírus desencadeou, no ano de 2014, uma epidemia em países da Europa, da Ásia, da África e da América, incluindo o Brasil (YUILL, 2023).

Os sintomas da fase aguda da chikungunya geralmente são autolimitados, sendo caracterizada, principalmente, por muitas dores nas articulações de todo o corpo, febre, calafrios, dores musculares, dor de cabeça e manchas avermelhadas na pele. Sabe-se também que este vírus é capaz de atacar o sistema nervoso central e os idosos, em especial, são um dos grupos mais afetados (Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2022).

Segundo um estudo conduzido por um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), a infecção por este vírus pode causar um declínio cognitivo a longo prazo e ser um importante fator de risco para demência em idosos. As queixas subjetivas de memória estavam presentes em 70% dos idosos que tiveram a doença previamente e apresentaram um pior desempenho nos testes cognitivos realizados (PEIXOTO et al, 2022).

Assim como as outras doenças transmitidas pelo  Aedes aegypti, a chikungunya não possui um tratamento específico e consiste basicamente em controlar os sintomas, dessa forma o ideal é a sua prevenção, que segue as mesmas medidas de controle da dengue que foram citadas em nosso último post.  Vale lembrar que outras complicações e óbitos são muito incomuns de acontecerem (Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 2022). 


Referências 


YUILL, T. M. Doença de chicungunha. MSD e os Manuais MSD, 2023. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/arbov%C3%ADrus-arenav%C3%ADrus-e-filov%C3%ADrus/doen%C3%A7a-de-chicungunha

 

SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA TROPICAL. Chikungunya pode causar comprometimento cognitivo em idosos e ser fator de risco para demência. SBMT, 2022. Disponível em: https://sbmt.org.br/chikungunya-pode-causar-comprometimento-cognitivo-em-idosos-e-ser-fator-de-risco-para-demencia/


PEIXOTO, V. G. M. N. P. et al. Disfunção cognitiva da infecção pelo vírus Chikungunya em adultos mais velhos. Front. Psychiatry. v. 13, 2022. Disponível em: https://www.frontiersin.org/journals/psychiatry/articles/10.3389/fpsyt.2022.823218/full]


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Dengue: prevenção e cuidados


A dengue é uma doença transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti, que se prolifera em locais com água parada e seus casos costumam aumentar principalmente durante o verão pelo aumento no número de chuvas. Ela pode acometer pessoas de todas as idades, porém, idosos e/ou pessoas que possuem doenças crônicas possuem maior risco de evoluir para casos graves (BRASIL, 2025?).


Visto isso, é de suma importância que a população saiba como prevenir a dengue, como: (PARANÁ, 2024?)


  • Evitar água parada em vasos, pneus, garrafas, caixas d’água, calhas entupidas etc;

  • Tampar tonéis e caixas d’água;

  • Descartar corretamente o lixo;

  • Uso de repelentes e inseticidas;

  • Instalação de telas em janelas e portas;

  • Fiscalização de locais propensos a criadouros.


Alguns sinais e sintomas que a pessoa com dengue pode ter são: (PARANÁ, 2024?)


  • Febre alta, dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações;

  • Manchas vermelhas na pele;

  • Sintomas mais graves (dengue hemorrágica) e necessidade de atendimento médico.


Além da dengue, a Zika e Chikungunya também são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, visto isso, a população deve se atentar e prevenir os focos de criadouros desse mosquito como ensinado anteriormente. Juntos, podemos vencer a luta contra a dengue! (COREN-SP, 2018?)



BRASIL. Ministério da Saúde. Dengue. 2025? Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/dengue


CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SÃO PAULO (COREN-SP). Dengue, Chikungunya e Zika. 2018? Disponível em: https://portal.coren-sp.gov.br/sites/default/files/dengue-chikungunya-e-zika.pdf


PARANÁ. Secretaria da Saúde. Dengue: sintomas e sinais. 2024?. Disponível em: https://www.dengue.pr.gov.br/Pagina/Dengue-Sintomas-e-Sinais#:~:text=Normalmente%2C%20a%20primeira%20manifesta%C3%A7%C3%A3o%20da,n%C3%A1useas%20e%20v%C3%B4mitos%20s%C3%A3o%20comuns.


PARANÁ. Secretaria da Saúde. Como combater a dengue. 2024?. Disponível em: https://www.dengue.pr.gov.br/Pagina/Como-combater



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

A importância da hidratação dos idosos no verão


         A desidratação é o distúrbio hidroeletrolítico mais comum nos idosos, sendo o calor um dos seus principais fatores de risco (LOPES, 2014).

Nesse contexto, os idosos mostram ter uma perda na capacidade de sentir sede, levando a uma diminuição do consumo de água. Além disso, existem fatores que acarretam a dificuldade do acesso à água, como diminuição da mobilidade, problemas visuais, distúrbios da deglutição, alterações cognitivas, sonolência, demência ou uso de sedativos (REIS, 2015).

Um consumo inadequado de líquidos pelos idosos aumenta o risco de várias condições, e pode provocar o agravamento de doenças renais, do trato urinário, cardiovasculares, metabólicas e repercussões neurológicas, estando também associado a um aumento das taxas de mortalidade em idosos hospitalizados (QUARESMA; DIAS, 2023)

Na ausência de tratamento, as taxas de morbilidade e mortalidade são elevadíssimas, podendo a última chegar aos 50%. A prevenção da desidratação é essencial na manutenção da qualidade de vida dos idosos, não só nas unidades de saúde, mas também nos lares e nos próprios domicílios (LOPES, 2014).

Existem cinco sinais considerados de alarme na avaliação de um idoso desidratado: (LOPES, 2014)

  • Perda de peso;

  • Estados confusionais, causados pela diminuição do volume intracelular cerebral;

  • Cãibras e fadiga muscular, devidas a diminuição do volume intracelular muscular;

  • Sensação de fraqueza;  

  • Urina escura e concentrada.

Portanto, é de suma importância que os familiares e cuidadores se atentem a esses sinais, principalmente no verão, pois as ondas de calor provocam grande perda de água corporal!

Referências

LOPES, A. R. C. Desidratação no idoso. 2014. Trabalho de Conclusão de Curso (Mestrado Integrado em Medicina) – Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2014. Disponível em: https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/29142/1/Alice%20Lopes.pdf

REIS, S. D. G. Desidratação no idoso. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Mestrado Integrado em Medicina) – Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2015. Disponível em: https://estudogeral.uc.pt/bitstream/10316/30474/1/Trabalho%20final%206%c2%baano%20-%20Sofia%20Reis.pdf

QUARESMA, D. A.; DIAS, D. E. F. Desidratação em idosos: análise dos fatores de risco e as dificuldades para realizar o diagnóstico – uma revisão sistemática. 2023. 49 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Medicina) – Faculdade de Medicina, Instituto de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Pará, Belém, 2023. Disponível em: https://bdm.ufpa.br/jspui/handle/prefix/7034


sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Janeiro Branco e a saúde mental do idoso

 


A campanha do Janeiro Branco foi criada com o objetivo de sensibilizar a população para a importância do bem-estar psicológico e estimular a busca por ajuda quando necessário. O Brasil é líder mundial no ranking de transtornos de ansiedade, com mais de 18 milhões de pessoas afetadas, em especial os idosos por múltiplos motivos, como a sensação de impotência pelo avanço da idade, o sentimento de abandono por parte da família e o surgimento de doenças (BRASIL, 2025).  

Em relação à depressão, a população idosa é a mais afetada, aumentando muito o risco de suícidio e estando muito relacionada a perdas afetivas, solidão, isolamento social, dependência, violência, entre outros.  Por conta disso é muito importante estar atento aos seguintes sinais de alerta para a saúde mental dos idosos (ALMEIDA, 2020). 

Sinais de alerta! (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2021)

  • Choro recorrente;

  • Tristeza sem motivo;

  • Negligência com higiene pessoal;

  • Mudanças de humor sem razão;

  • Vontade de permanecer na cama durante o dia todo.

Meios de ajudar  (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2021)

Ao perceber que há algo fora do comum acontecendo com o idoso, é essencial colocar em ação algumas formas para ajudá-lo, como:

  • Ajude a criar uma rotina saudável;

  • Incentive a prática de hobbies;

  • Mantenha contato, nem que apenas por telefone ou chamada de vídeo;

  • Escute-o quando estiver desabafando;

  • Sugira a procura por um terapeuta.

A saúde mental do idoso é tão importante quanto sua saúde física, por isso fique atento!

Referências

BRASIL. Janeiro Branco: Uma Reflexão Sobre a Importância da Saúde Mental. Ministério da Saúde, 2025. Disponível em: https://www.gov.br/cetene/pt-br/assuntos/noticias/janeiro-branco-uma-reflexao-sobre-a-importancia-da-saude-mental

ALMEIDA, O. L. S. Saúde mental do idoso: uma questão de saúde pública. Medicina (Ribeirão Preto). v. 53, n. 3, p. 1-3, 2020. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/174636


Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Janeiro Branco e a saúde mental dos idosos. 4 de Janeiro de 2021. Disponível em: https://sbgg.org.br/janeiro-branco-e-a-saude-mental-dos-idosos/


sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Prevenção do câncer de pele no verão

 


O câncer de pele representa mais de 30% dos casos de câncer no Brasil, o aparecimento deste tipo de tumor está diretamente ligado à exposição solar, sendo assim a principal época para se prevenir é durante o verão quando as pessoas costumam passar longas horas expostas ao sol e na maioria das vezes sem a devida proteção, primeiramente vamos entender os principais fatores de risco para este tipo de câncer (SARAIVA, 2022). 


Principais fatores de risco (Ministério da Saúde, 2024?)


  • Pessoas de pele clara, olhos claros, albinos ou sensíveis à ação dos raios solares;

  • Pessoas com história familiar ou pessoal deste câncer;

  • Pessoas com doenças de pele prévias;

  • Pessoas que trabalham sob exposição direta ao sol;

  • Exposição prolongada e repetida ao sol;

  • Exposição a câmaras de bronzeamento artificial.

Quando os raios ultravioleta do sol atingem as camadas mais profundas da pele, podem alterar suas células e provocar envelhecimento precoce, lesões nos olhos e até câncer de pele, por isso é importante estar atento aos sintomas e a como prevenir estes efeitos negativos do sol (Instituto Nacional do Câncer, 2007). 

Principais sintomas (Ministério da Saúde, 2024?)

  • Manchas na pele que coçam, descamativas ou que sangram;

  • Sinais ou pintas de tamanho, forma ou cor irregulares;

  • Feridas que não cicatrizam em 4 semanas.

O câncer costuma aparecer em áreas do corpo mais expostas ao sol como o rosto, pescoço, orelhas e braços!

Prevenção (SARAIVA, 2022) 

  • Evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h;

  • Procurar lugares com sombra;

  • Usar proteção adequada, como roupas, bonés ou chapéus de abas largas, óculos escuros com proteção UV, sombrinhas e barracas;

  • Aplicar na pele, antes de se expor ao sol, filtro solar com fator de proteção 30, no mínimo. É necessário reaplicar o filtro solar a cada duas horas, durante a exposição ao sol, bem como após mergulho ou grande transpiração. Mesmo filtros solares “à prova d’água” devem ser reaplicados;

  • Em dias nublados, também é importante o uso de proteção.

O câncer de pele é de fácil prevenção mas em caso de aparecimento de algum sintoma, como os descritos anteriormente, não hesite em procurar uma unidade de saúde ou um médico dermatologista!

Referências

SARAIVA, T. Câncer de pele: saiba como prevenir, diagnosticar e tratar. Ministério da Saúde. Novembro de 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2020/dezembro/cancer-de-pele-saiba-como-prevenir-diagnosticar-e-tratar

BRASIL. Câncer de pele. Ministério da Saúde, 2024?. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/c/cancer-de-pele

Instituto Nacional do Câncer. Câncer de pele. Biblioteca Virtual em Saúde, Ministério da Saúde. 2007. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/cancer-de-pele/