Quando falamos sobre Alzheimer, é comum associar a doença à perda progressiva da memória e à dependência nos cuidados cotidianos, no entanto, um dos maiores desafios está no diagnóstico precoce. Os métodos atuais para este diagnóstico são caros, invasivos e pouco acessíveis. Nesse cenário, uma nova teoria científica ganha força: o diagnóstico através do exame de retina (BERTICELLI et al, 2025).
Durante os últimos anos, pesquisas demonstraram que a retina compartilha mecanismos semelhantes de degeneração com o sistema nervoso central, como por exemplo, proteínas responsáveis pelos principais marcadores da doença, também podem ser encontradas nesse tecido ocular. Isso abre caminhos para um diagnóstico mais rápido, menos invasivo e acessível (HSPE, 2025).
A retina como reflexo do cérebro: A retina é uma extensão direta do sistema nervoso central. Alterações observadas em exames de imagem ocular, podem revelar sinais precoces de neurodegeneração. Estudos mostram afinamento da camada de fibras nervosas da retina e perda de células ganglionares, mudanças que refletem os processos que ocorrem no cérebro (OLIVEIRA et al, 2023).
Democratização do acesso ao diagnóstico: Exames oftalmológicos são muito mais disponíveis e de menor custo em comparação com métodos tradicionais. A possibilidade de rastrear Alzheimer por meio da retina pode representar uma revolução no acesso, especialmente em países em desenvolvimento, onde exames como PET-Scan são restritos a grandes centros de pesquisa (HSPE, 2025).
Desafios e limitações: Apesar dos avanços, ainda existem barreiras. Diferenciar alterações retinianas causadas pelo Alzheimer daquelas provocadas por glaucoma, degeneração macular ou pelo envelhecimento natural é um grande desafio. Além disso, ainda falta padronização nos protocolos de imagem e validação em estudos populacionais amplos (BERTICELLI et al, 2025).
Deste modo, o diagnóstico do Alzheimer enfrenta um grande desafio: identificar a doença de forma precoce e acessível, nesse cenário, a retina surge como uma nova possibilidade. Pesquisas mostram que esse tecido ocular reflete alterações cerebrais típicas da doença, como o acúmulo de β-amilóide e tau, podendo antecipar sinais antes mesmo dos sintomas aparecerem. Exames simples tornam o rastreio menos invasivo e mais viável, especialmente em países onde métodos como o PET-Scan são de difícil acesso.
Referências
BERTICELLI, I. D.; FILTER, B. Diagnóstico precoce na doença de Alzheimer: entraves e impacto na vida e saúde do idoso. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, v. 22, n. 1, 2025. Disponível em: https://seer.upf.br/index.php/rbceh/article/view/15329.
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL (HSPE). Estudo brasileiro investiga detecção precoce do Alzheimer por exame de vista. Brasil em Folhas, São Paulo, 2025. Disponível em: https://www1.brasilemfolhas.com.br/2025/03/estudo-brasileiro-investiga-deteccao-precoce-do-alzheimer-por-exame-de-vista/.
OLIVEIRA, R. E. S.; BREGOLA, P.; BAGATIN, M. Utilização de marcadores de retina no diagnóstico precoce do Alzheimer. In: Anais do Simpósio de Pesquisa, Extensão e Inovação do Paraná, 2023. Disponível em: https://www.even3.com.br/anais/simpar2022/581110-utilizacao-de-marcadores-de-retina-no-diagnostico-precoce-do-alzheimer/.
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