sexta-feira, 27 de junho de 2025

A força silenciosa das mulheres idosas na família

 


As mulheres idosas são muitas vezes consideradas como pilares da família, ocupando um lugar central na união familiar e em muitos casos, o sustento financeiro do lar. Esse destaque está relacionado a uma construção social, que desde cedo prepara as mulheres para o cuidado da família. Deste modo, muitas mulheres idosas continuam o cuidado com os netos, filhos e cônjuges (CAMARANO, 2003).  


  O que torna as mulheres idosas o alicerce da família?  (CAMARANO, 2003).  


  • Força silenciosa da família: nos dias de hoje, cada vez mais cresce as famílias onde a avó é a responsável pelo lar. Estas mulheres acolhem filhos adultos em crises financeiras, netos sob sua guarda ou até mesmo irmãos e parceiros idosos que necessitam de cuidado;

  • Estabilidade em tempos de crise: além de garantir a união familiar, elas também exercem a gestão de suas vidas, coordenando datas comemorativas, religião, valores culturais e momentos de crise;

  • O problema da sobrecarga silenciosa: apesar de sua importância, muitas vezes essas mulheres acumulam funções sem apoio necessário, tornando tudo uma sobrecarga silenciosa. Por conta disso, é essencial reconhecer que estas mulheres precisam também de cuidado, descanso, reconhecimento e acima de tudo ajuda. 


Portanto, o protagonismo feminino também traz muitos desafios. A sobrecarga vivida pode comprometer sua saúde física e mental, por muitas vezes assumirem esse papel sem apoio. Por conta disso, pesquisadores e profissionais de diferentes áreas alertam para a necessidade de reconhecer o trabalho invisível e garantir sua dignidade e bem-estar (MINAYO, 2021). 


Contudo, reconhecer as mulheres idosas como pilar da família é entender que sua importância vai além da figura de avó cuidadosa. Estas mulheres são gestoras da vida de muitos lares, transmitindo segurança, fortalecimento dos laços e estabilidade, para a família e para a própria sociedade. Valorizar seu papel significa dar o devido valor ao seu trabalho e ao esforço que essas mulheres exercem para manter suas famílias unidas e consequentemente, saudáveis (MINAYO, 2021). 


Referências


MINAYO, M. C. S. Cuidar de quem cuida de idosos dependentes: por uma política necessária e urgente. Ciênc. Saúde Colet. v. 26, n. 1, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232020261.30872020


CAMARANO, A. A. Mulher idosa: suporte familiar ou agente de mudança? Estud. Av. v. 17, n. 49, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-40142003000300004

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Junho Violeta: proteger a pessoa idosa é um dever de todos

 


A violência contra idosos é um fenômeno social abrangente e representa um grande problema de saúde pública. Dessa forma, é uma questão que necessita de recursos, estratégias, campanhas e principalmente a participação e apoio de toda a sociedade a fim de contribuir para a redução e prevenção deste tipo de violência, cuidar do idoso e denunciar a violência é um dever de todos! (CAMACHO, 2024) 


Você sabia? (BRASIL, 2024)

  • As mulheres representam cerca de 69% de todos os casos de violência ao idoso;

  • Pessoas de 80 anos ou mais, são as que mais sofrem;

  • O perfil do agressor mais comum são homens entre 40- 49 anos de raça/ cor branca, sendo os filhos os principais agressores.


Onde ocorre esta violência? (CAMACHO, 2024) 


Costuma ocorrer principalmente dentro de contextos familiares e amigáveis, além de inúmeros locais de convivência humana, como:


  • Casas de repouso;

  • Locais públicos;

  • Hospitais;

  • Instituições de longa permanência para idosos.


Segundo o estatuto do idoso: nenhuma pessoa idosa será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será e deve ser punido na forma da lei. É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos da pessoa idosa! (BRASIL, 2003)


Denuncie!


  • Disque 100 (Disque Direitos Humanos): atendimento realizado diariamente, 24 horas por dia; 

  • 190: Polícia Militar (em casos de risco iminente);

  • Disque 165: Acione o Disque Idoso pelo telefone 165, ou pelo aplicativo Disque Idoso.


Referências


CAMACHO, A.C.L.F et al. Cartilha informativa sobre violência contra o idoso. 2024. Disponível em: http://educapes.capes.gov.br/handle/capes/746177


BRASIL. Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Painel de dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. Brasília: Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br


BRASIL. Estatuto do idoso: lei federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília, DF: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2003.

sexta-feira, 13 de junho de 2025

Idosos podem doar sangue? Mitos e verdades

 


No dia 14 de Junho é celebrado o Dia Mundial do Doador de Sangue e você sabia que pessoas idosas também podem ser doadoras de sangue? Embora existam algumas regras, a idade, por si só, não impede ninguém de fazer esse gesto solidário. Neste post, vamos esclarecer mitos e verdades sobre a doação de sangue na terceira idade (Ministério da Saúde, 2024).

Quem já doou sangue antes dos 60 anos pode continuar doando até os 69? 

Verdade! Pessoas com até 69 anos podem doar sangue, desde que estejam em boas condições de saúde e já tenham feito pelo menos uma doação antes dos 60 (MALAVÉ, 2019). 

O sangue do idoso é “fraco” e não serve!

Mito! O sangue não envelhece, o que importa é a saúde da pessoa e as condições do sangue no momento da doação. O sangue de um idoso saudável é tão eficaz quanto o de qualquer outra pessoa (MALAVÉ, 2019).  

Doar sangue enfraquece a pessoa idosa!

Mito! A doação de sangue é um procedimento seguro. Em pessoas saudáveis, o organismo repõe rapidamente o volume de sangue doado. Após a doação, a recomendação é apenas se hidratar e descansar, o que vale para qualquer idade (MALAVÉ, 2019). 

O que pode impedir a doação do idoso? (Ministério da Saúde, 2025?)

  • Doenças crônicas descompensadas, como hipertensão ou diabetes sem controle;

  • Problemas cardíacos importantes (como insuficiência cardíaca ou arritmias graves);

  • Câncer em tratamento ou com histórico recente;

  • Uso de certos medicamentos específicos (como anticoagulantes fortes);

  • Baixo peso (menos de 50 kg) ou fragilidade geral.

Lembre-se, doar sangue é um ato de solidariedade que ajuda a salvar milhares de vidas através das transfusões de sangue! Se você tem até 69 anos, está com a saúde em dia e já doou sangue antes dos 60, saiba que seu gesto pode salvar vidas e inspirar gerações.

Referências 

BRASIL. Ministério da Saúde. Dia Mundial do Doador de Sangue é celebrado nesta sexta (14). Brasília: Ministério da Saúde, 13 jun. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2024/junho/dia-mundial-do-doador-de-sangue-e-celebrado-nesta-sexta-14

MALAVÉ, M. M. Mitos e verdades sobre doação de sangue. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 26 nov. 2019. Disponível em: https://fiocruz.br/noticia/2019/11/mitos-e-verdades-sobre-doacao-de-sangue.

BRASIL. Ministério da Saúde. Sangue. Brasília: Ministério da Saúde, 2025?. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/sangue

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Osteoporose, o que é?

 


Você sabia que os ossos também envelhecem?

Com o passar dos anos, eles podem perder massa e se tornar mais frágeis, isso leva a fragilidade e aumenta o risco de fraturas, especialmente após quedas. Essa condição é conhecida como osteoporose, uma doença progressiva que envolve todo o corpo e afeta principalmente mulheres após a menopausa e os idosos em geral (BRAGA et al, 2024).

Quais são os fatores de risco? (Ministério da Saúde, 2022)

  • Idade avançada;

  • Histórico familiar de osteoporose;

  • Sedentarismo;

  • Baixa ingestão de cálcio e vitamina D;

  • Tabagismo e consumo excessivo de álcool;

  • Menopausa.

Sintomas comuns com o avanço da doença: (Ministério da Saúde, 2022)

  • Dor ou sensibilidade óssea;

  • Diminuição de estatura com o passar do tempo;

  • Dor na região lombar devido a fraturas dos ossos da coluna vertebral;

  • Dor no pescoço devido a fraturas dos ossos;

  • Postura encurvada ou cifótica.

Como saber se tenho osteoporose?

O diagnóstico é realizado por um médico e é feito através de um exame chamado densitometria óssea, que avalia a densidade dos ossos. É indicado especialmente para pessoas acima dos 65 anos ou que apresentem fatores de risco. Muitas vezes, a osteoporose é silenciosa, ou seja, não apresenta sintomas até que um osso se quebre. Por isso, a prevenção e o cuidado contínuo são essenciais para manter a qualidade de vida (BOLSTER, 2024).

Como prevenir e controlar a osteoporose? (Ministério da Saúde, 2022)

  • Alimentação rica em cálcio: leite, queijos, iogurtes, vegetais verde-escuros, sardinha;

  • Vitamina D: exposição ao sol por 15 a 20 minutos por dia;

  • Atividade física regular: caminhadas, musculação leve ou exercícios orientados ajudam a manter os ossos fortes;

  • Evitar o cigarro e o álcool: hábitos que prejudicam a saúde óssea;

  • Acompanhamento médico: essencial para avaliação, prevenção e tratamento quando necessário.

A osteoporose pode ser controlada! Com cuidados simples e acompanhamento adequado, é possível envelhecer com qualidade e autonomia, lembrando sempre que a prevenção é o melhor caminho! (BOLSTER, 2024)

Referências

BRAGA, R. C.; et al. Impacto da osteoporose na qualidade de vida dos idosos. Research, Society and Development. v. 13, n. 12, p. 1-9, 2024. Disponível em: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v13i12.47760

BRASIL. Osteoporose é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em idosos. Ministério da Saúde, Brasil. 20 de Outubro de 2022. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/outubro/osteoporose-e-uma-das-principais-causas-de-morbidade-e-mortalidade-em-idosos

BOLSTER, M. B.  Osteoporose.  MSD e os Manuais MSD, 2024. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-%C3%B3sseos-articulares-e-musculares/osteoporose/osteoporose

sexta-feira, 30 de maio de 2025

Os benefícios de parar de fumar em qualquer fase da vida

 


O tabagismo é um dos principais fatores de risco para diversas doenças crônicas e degenerativas, como câncer, demências, doenças cardiovasculares, respiratórias e problemas circulatórios. E embora os prejuízos do cigarro sejam amplamente conhecidos, muita gente ainda acredita que “parar de fumar na velhice já não adianta mais”. Isso é um mito! (GOULART, 2010)

A verdade é que parar de fumar traz benefícios reais para a saúde em qualquer fase da vida, inclusive na terceira idade.

Como o cigarro afeta a saúde do idoso?

O tabaco prejudica diretamente a qualidade de vida, além de reduzir a disposição para atividades do dia a dia e afetar a socialização, o sono e o apetite. Trazendo inúmeros malefícios, como: (OPAS, 2021)

  • Aumento do risco de infarto e AVC;

  • Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e falta de ar;

  • Enfraquecimento do sistema imunológico;

  • Perda de massa muscular e fragilidade óssea;

  • Maior risco de demência e problemas cognitivos.

Benefícios de parar de fumar! 

Parar de fumar, mesmo após a terceira idade e anos de dependência, traz melhorias significativas em pouco tempo: (OPAS, 2021)

  • Após 24 horas, o risco de infarto já começa a cair;

  • Em algumas semanas, há melhora na respiração, no paladar e na circulação;

  • Após alguns meses, há redução do risco de infecções pulmonares e tosse crônica;

  • Em 1 a 5 anos, o risco de doenças cardíacas e AVC cai consideravelmente;

  • Melhora da qualidade de vida, aumento da expectativa de vida e autonomia do idoso.

Parar de fumar não é fácil, principalmente quando o hábito está presente há décadas. Por isso, o apoio da família, da equipe de saúde e de grupos de apoio é essencial. Se você está na terceira idade e fuma, ou conhece alguém nessa situação, incentive a busca por ajuda. A decisão de parar de fumar é um gesto de amor próprio! (Ministério da Saúde, 2018)

Referências

GOULART, D. et al. Tabagismo em idosos. Rev. bras. geriatr. gerontol. v. 13, n. 2, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1809-98232010000200015

OPAS. Mais de 100 razões para parar de fumar. Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Maio de 2021. Disponível em:  https://www.paho.org/pt/mais-100-razoes-para-parar-fumar#:~:text=Entre%202%20a%2012%20semanas,metade%20da%20de%20um%20fumante.

BRASIL. Parar de fumar na velhice aumenta a longevidade! Ministério da Saúde, Brasil. 29 de Abril de 2018. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-brasil/eu-quero-parar-de-fumar/noticias/2018/parar-de-fumar-na-velhice-aumenta-longevidade

sexta-feira, 23 de maio de 2025

Reflexos e visão: quando o idoso deve parar de dirigir?

 


Manter a autonomia é fundamental para o bem-estar na terceira idade, e dirigir representa liberdade, independência e interações sociais para muitos idosos. No entanto, com o passar dos anos, o corpo passa por mudanças naturais que podem afetar a segurança no trânsito, tanto para quem dirige quanto para os outros (ADURA et al, 2023).

No Brasil, não existe uma legislação ou idade exata para parar de dirigir, mas sim um conjunto de fatores que indicam se a direção continua sendo segura, para entendermos isso, antes precisamos compreender:


O que é preciso para dirigir com segurança? 


Para dirigir com segurança, várias partes do nosso corpo funcionam ao mesmo tempo: (PITOL, 2023)


  • Sistema Nervoso: para prestar atenção no tráfego, perceber uma situação de risco, processar as informações e comandar a resposta do corpo ao ambiente;

  • Visão: para enxergar a pista, a sinalização da rua, os veículos e pedestres;

  • Audição: para ouvir os motoristas e seus sinais sonoros;

  • Mobilidade: para mexer nos pedais, no volante e conseguir virar a cabeça para olhar um cruzamento. 


Quando todos os fatores citados estão funcionando bem, estamos prontos para dirigir de maneira segura e agir para evitar um acidente  (PITOL, 2023).


Quando é hora de parar?


A decisão deve ser feita com cuidado e respeito, levando em conta a opinião do idoso, da família e de profissionais de saúde. Não existe uma idade exata para parar de dirigir, mas sim um conjunto de fatores que indicam se a direção continua sendo segura (ADURA et al, 2023).


Sinais que devem ser levados em conta na decisão: (HILL, 2024)


  • Dificuldade para ver placas, pedestres ou obstáculos;

  • Se perder com facilidade em trajetos conhecidos;

  • Respostas mais lentas a situações no trânsito;

  • Pequenos acidentes ou "esbarrões" frequentes;

  • Medo ou ansiedade ao dirigir;

  • Uso de muitos medicamentos que causam sonolência ou tontura.


Esta pode ser uma decisão difícil para muitos idosos pois interfere diretamente em sua rotina e independência como dito anteriormente, por isso, é importante oferecer alternativas: caronas, transporte por aplicativo, transporte coletivo, entre outros. A perda da direção não precisa ser sinônimo de isolamento (ADURA et al, 2023). 


Cuidar da segurança no trânsito é cuidar da vida! 


Referências


ADURA, F. E. et al. Mobilidade e Condução Veicular da Pessoa Idosa. Associação Brasileira de Medicina do Tráfego – ABRAMET. 26 de Março de 2023. Disponível em: https://abramet.com.br/repo/public/commons/DIRETRIZ%20O%20CONDUTOR%20IDOSO%20FINAL%2026052023%202(1).pdf


PITOL, V. A. Tenha uma direção segura! Manual da pessoa idosa condutora, 1 Edição. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), 2023. Disponível em: https://sbgg.org.br/wp-content/uploads/2023/11/1699883102_Manual_da_Pessoa_Idosa_Condutora_2023.pdf


HILL, L. L. O motorista Idoso. MSD Manuals. Julho de 2024. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/casa/quest%C3%B5es-sobre-a-sa%C3%BAde-de-pessoas-idosas/o-motorista-idoso/o-motorista-idoso