sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Alzheimer e a nova perspectiva diagnóstica pela retina

 


Quando falamos sobre Alzheimer, é comum associar a doença à perda progressiva da memória e à dependência nos cuidados cotidianos, no entanto, um dos maiores desafios está no diagnóstico precoce. Os métodos atuais para este diagnóstico são caros, invasivos e pouco acessíveis. Nesse cenário, uma nova teoria científica ganha força: o diagnóstico através do exame de retina (BERTICELLI et al, 2025). 

Durante os últimos anos, pesquisas demonstraram que a retina compartilha mecanismos semelhantes de degeneração com o sistema nervoso central, como por exemplo, proteínas responsáveis pelos principais marcadores da doença, também podem ser encontradas nesse tecido ocular. Isso abre caminhos para um diagnóstico mais rápido, menos invasivo e acessível (HSPE, 2025).

A retina como reflexo do cérebro: A retina é uma extensão direta do sistema nervoso central. Alterações observadas em exames de imagem ocular, podem revelar sinais precoces de neurodegeneração. Estudos mostram afinamento da camada de fibras nervosas da retina e perda de células ganglionares, mudanças que refletem os processos que ocorrem no cérebro (OLIVEIRA et al, 2023).

Democratização do acesso ao diagnóstico: Exames oftalmológicos são muito mais disponíveis e de menor custo em comparação com métodos tradicionais. A possibilidade de rastrear Alzheimer por meio da retina pode representar uma revolução no acesso, especialmente em países em desenvolvimento, onde exames como PET-Scan são restritos a grandes centros de pesquisa (HSPE, 2025).

Desafios e limitações: Apesar dos avanços, ainda existem barreiras. Diferenciar alterações retinianas causadas pelo Alzheimer daquelas provocadas por glaucoma, degeneração macular ou pelo envelhecimento natural é um grande desafio. Além disso, ainda falta padronização nos protocolos de imagem e validação em estudos populacionais amplos (BERTICELLI et al, 2025).

Deste modo, o diagnóstico do Alzheimer enfrenta um grande desafio: identificar a doença de forma precoce e acessível, nesse cenário, a retina surge como uma nova possibilidade. Pesquisas mostram que esse tecido ocular reflete alterações cerebrais típicas da doença, como o acúmulo de β-amilóide e tau, podendo antecipar sinais antes mesmo dos sintomas aparecerem. Exames simples tornam o rastreio menos invasivo e mais viável, especialmente em países onde métodos como o PET-Scan são de difícil acesso.

Referências

BERTICELLI, I. D.; FILTER, B. Diagnóstico precoce na doença de Alzheimer: entraves e impacto na vida e saúde do idoso. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, v. 22, n. 1, 2025. Disponível em: https://seer.upf.br/index.php/rbceh/article/view/15329.

HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL (HSPE). Estudo brasileiro investiga detecção precoce do Alzheimer por exame de vista. Brasil em Folhas, São Paulo, 2025. Disponível em: https://www1.brasilemfolhas.com.br/2025/03/estudo-brasileiro-investiga-deteccao-precoce-do-alzheimer-por-exame-de-vista/.

OLIVEIRA, R. E. S.; BREGOLA, P.; BAGATIN, M. Utilização de marcadores de retina no diagnóstico precoce do Alzheimer. In: Anais do Simpósio de Pesquisa, Extensão e Inovação do Paraná, 2023. Disponível em: https://www.even3.com.br/anais/simpar2022/581110-utilizacao-de-marcadores-de-retina-no-diagnostico-precoce-do-alzheimer/.

sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Outubro Rosa e os cuidados a mulher idosa

 


O mês de outubro é conhecido no mundo todo como o mês de conscientização e prevenção do câncer de mama, que é um dos tumores mais comuns entre as mulheres: estima-se que 1 em cada 8 mulheres será diagnosticada em algum momento da vida, com maior frequência após os 50 anos. Apesar de tantos avanços, ele ainda representa uma das principais causas de morte feminina no Brasil e no mundo, o que torna a prevenção e o diagnóstico precoce fundamentais (Ministério da Saúde, 2021).

A importância da mamografia

O principal exame para a detecção precoce é a mamografia, recomendada a partir dos 40 anos. Ela continua sendo indicada para mulheres idosas, desde que sua expectativa de vida seja superior a 5 anos, pois, nesses casos, o diagnóstico precoce pode garantir um tratamento menos agressivo e melhores resultados. Outros exames, como ultrassonografia e ressonância magnética, podem ser usados de forma complementar quando necessário (SHIMADA, 2022).

Atenção aos sinais

Toda mulher deve conhecer o seu corpo. Alterações como nódulos, secreções, mudanças na pele ou na forma da mama são sinais de alerta e devem motivar a procura imediata por orientação médica. O autoexame não substitui a mamografia, mas pode ajudar a identificar mudanças que não devem ser ignoradas (SHIMADA, 2022).

O Outubro Rosa é um lembrete de que toda mulher, em qualquer idade, merece acesso a cuidados de saúde de qualidade, exames regulares e tratamento digno. Para as mulheres idosas, essa mensagem é ainda mais importante, já que a prevenção e o diagnóstico precoce podem garantir mais qualidade de vida e anos ao lado da família.


Referências


SHIMADA, A.; KARNAKIS, T. Outubro Rosa - Câncer de Mama na Mulher Idosa. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2022. Disponível em: https://sbgg.org.br/outubro-rosa-cancer-de-mama-na-mulher-idosa/


BRASIL. Ministério da Saúde. Outubro Rosa – Mês de Conscientização Sobre o Câncer de Mama. Biblioteca Virtual em Saúde, 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/outubro-rosa-mes-de-conscientizacao-sobre-o-cancer-de-mama-2/


sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Por que o Dia Mundial do Idoso é tão importante?

 


No dia 1° de outubro foi comemorado o Dia Mundial do Idoso. Esta data, fundada em 1990, tem como objetivo aumentar a conscientização sobre a importância do envelhecimento populacional e seus impactos sociais, incluindo saúde, economia, inclusão social e a promoção e defesa dos seus direitos (Ministério da Saúde, 2022).  

Os temas para o Dia Mundial do Idoso mudam a cada ano, e geralmente têm como foco diferentes aspectos do envelhecimento e variam desde inclusão digital do idoso até ao impacto das pandemias aos idosos. O tema abordado em 2025 foi “As Pessoas Idosas Impulsionando Ações Locais e Globais: As Nossas Aspirações, o Nosso Bem-Estar e os Nossos Direitos” (QUINTELA, 2025).

Em suma o que o tema aborda são as contribuições dos idosos a sociedade e a importância de se criar um mundo onde possam viver com dignidade, independência e inclusão. Um tema imprescindível e necessário para os dias atuais e também para o futuro, levando em consideração as projeções divulgadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em que até 2080 teremos mais idosos do que pessoas com menos de 18 anos de idade (Ministério da Saúde, 2022).

O Dia Mundial do Idoso é uma data essencial, que nos convida a refletir sobre o presente e o futuro. Todos nós, jovens ou idosos, nos beneficiamos dessa discussão, já que o envelhecimento é uma realidade inevitável. Cuidar e garantir os direitos da pessoa idosa hoje é, ao mesmo tempo, assegurar um futuro mais justo e protegido para nós e para as próximas gerações!

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. 01/10 – Dia Internacional das Pessoas Idosas e Dia Nacional do Idoso. Biblioteca Virtual em Saúde, 2022. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/01-10-dia-internacional-das-pessoas-idosas-e-dia-nacional-do-idoso/

QUINTELA, M. J. O Tema das Nações Unidas, para o 35º. Dia Internacional das Pessoas Idosas, em 1 de outubro de 2025. Associação Portuguesa de Psicogerontologia, 2025. Disponível em: https://app.com.pt/o-tema-das-nacoes-unidas-para-o-35o-dia-internacional-das-pessoas-idosas-em-1-de-outubro-de-2025-e-as-pessoas-idosas-impulsionam-acoes-locais-e-globais-as-nossas-aspiracoes-o-n/#:~:text=para%20o%2035%C2%BA.-,Dia%20Internacional%20das%20Pessoas%20Idosas%2C%20em%201%20de%20outubro%20de,Estar%20e%20os%20Nossos%20Direitos.%E2%80%9D

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

A Prevenção do Suicídio na Pessoa Idosa

 


O Setembro Amarelo nos lembra da importância de falar sobre saúde mental e de quebrar tabus que ainda cercam o tema do suicídio e quando pensamos nos idosos, esse cuidado deve ser ainda maior. Na terceira idade, fatores emocionais, sociais e biológicos podem afetar profundamente a saúde mental. Muitos idosos enfrentam perdas, do cônjuge, saúde, autonomia, somadas a doenças crônicas, solidão e dificuldades financeiras. Esses elementos podem levar a pensamentos como: “não quero incomodar”, “já vivi o suficiente”, expressando, muitas vezes de forma indireta, o desejo de desistir (FUMEGALLI, 2019). 

Atenção aos Sinais de Alerta (FUMEGALLI, 2019)

  • Verbalizações indiretas sobre suicídio “seria melhor se eu não estivesse aqui”;

  • Isolamento social e desinteresse por atividades antes prazerosas;

  • Descuidos com saúde, alimentação ou aparência;

  • Distribuição de bens pessoais;

  • Ações de despedida silenciosa, como dizer “estou cansado de viver”.

Como podemos prevenir? (DOS SANTOS, 2021)

  • Escuta ativa e acolhedora: ouvir sem julgamento é uma forma poderosa de apoio;

  • Fortalecer vínculos: incentivar a convivência com família, amigos e grupos sociais;

  • Garantir acesso a cuidados de saúde: acompanhamento médico e psicológico é essencial;

  • Promover atividades significativas: manter o idoso ativo física, social e mentalmente;

  • Falar sobre o assunto sem tabu: conversar pode salvar vidas.

Prevenir o suicídio entre idosos é cuidar com humanidade, presença e afeto. O silêncio não é solução. Cuidar da saúde mental em qualquer idade é um compromisso coletivo. Se você é idoso e está se sentindo desanimado, ou conhece alguém nessa situação, fale hoje mesmo com um familiar, amigo ou profissional (DOS SANTOS, 2021).

CVV 188 – apoio emocional gratuito.

Referências

FUMEGALLI, A. Taxa de suicídio entre idosos cresce e prevenção é o melhor caminho.  RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Saúde. 2019. Disponível em: https://saude.rs.gov.br/taxa-de-suicidio-entre-idosos-cresce-e-prevencao-e-o-melhor-caminho

DOS SANTOS, M. C. L. et al. Suicídio em idosos: um estudo epidemiológico. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 55, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reeusp/a/wCrn4qXgdB9cgkJYf5jCZXB/?lang=en

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Dia Mundial da Doença de Alzheimer: o papel da família e do cuidado humanizado

 


No próximo domingo, 21 de setembro, celebramos o Dia Mundial e Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer. Esta é uma data para refletir, conscientizar e promover informação sobre a doença, mas, principalmente, sobre a importância de cuidar com afeto, dignidade e respeito (Ministério da Saúde, 2024?).

Estima-se que 1,2 milhão de brasileiros convivam com algum tipo de demência, sendo a Doença de Alzheimer a mais comum. A cada ano, surgem 100 mil novos casos no país. Mundialmente, o número de pessoas com demência pode chegar a 131 milhões em 2050, esses números reforçam a importância de discutir não só a prevenção e tratamento, mas também a forma como famílias e sociedade acolhem quem vive com Alzheimer (Ministério da Saúde, 2024?).

O que é o cuidado humanizado? (DA SILVA et al, 2023)

  • Valorizar a pessoa como indivíduo, respeitando sentimentos e sua história de vida;

  • Olhar o mundo pelos olhos da pessoa com demência, reconhecendo seus medos e necessidades;

  • Promover ambientes seguros e previsíveis, que transmitam calma e bem-estar;

  • Fortalecer vínculos afetivos por meio de pequenos gestos: segurar a mão, sorrir ou ouvir uma música juntos.

O papel da família

O cuidado da família vai muito além de ajudar nas tarefas do dia a dia: ele é a base do suporte emocional e da preservação da autoestima. É importante lembrar que a pessoa com demência continua tendo sentimentos e individualidade, que precisam ser respeitados em cada etapa do processo. Como se trata de uma doença progressiva, a convivência próxima da família é essencial para perceber mudanças precoces e garantir apoio constante. Esse cuidado, no entanto, exige paciência, empatia e capacidade de adaptação, já que cada fase da doença traz novos desafios (DA SILVA et al, 2023)

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Dia Mundial da Doença de Alzheimer e Dia Nacional de Conscientização da Doença de Alzheimer. Biblioteca Virtual em Saúde – Ministério da Saúde, Brasília, 21 set. 2024?. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/21-9-dia-mundial-da-doenca-de-alzheimer-e-dia-nacional-de-conscientizacao-da-doenca-de-alzheimer-2/

DA SILVA, M. R.; et al. Doença de Alzheimer: Estratégias de Cuidado Diante das Dificuldades ao Portador e Cuidador. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences. v. 5, n. 4, p. 164–191, 2023. Disponível em: https://bjihs.emnuvens.com.br/bjihs/article/view/380

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Setembro Amarelo e saúde mental dos cuidadores de idosos

 


A campanha do Setembro Amarelo nos leva a reflexão sobre a importância da saúde mental e da prevenção ao suicídio. Porém, pouco se fala sobre um grupo que merece atenção especial: os cuidadores de idosos. Muitas vezes vistos como pessoas dedicadas e incansáveis, esses cuidadores, em grande parte familiares sem preparo ou remuneração, enfrentam uma rotina intensa, marcada por sobrecarga, estresse e renúncia ao próprio cuidado. Esse contexto aumenta significativamente o risco de adoecimento emocional, incluindo a depressão, tornando essencial voltarmos o olhar para o bem-estar de quem cuida (FELIPE, 2020). 


Diversas pesquisas afirmam que a sobrecarga do cuidador está diretamente associada aos altos níveis de ansiedade, depressão e estresse emocional. Em um estudo, 99% dos cuidadores relataram ansiedade e 71% apresentaram sintomas depressivos. Além disso, há relatos de fadiga severa e risco de adoecimento grave em cuidadores de pacientes em cuidados paliativos (FELIPE, 2020).


Dicas para cuidar do cuidador! (PIOVEZAN, 2017)


  • Estabelecer uma rotina equilibrada: planejar horários para o cuidado, mas também reservar momentos pessoais;

  • Praticar atividades físicas leves: caminhada, alongamento ou dança ajudam a aliviar o estresse e melhorar a disposição;

  • Cuidar da alimentação: manter uma dieta equilibrada influencia diretamente o humor e a energia;

  • Manter contatos sociais: conversar com amigos e familiares ajuda a reduzir a solidão e o isolamento;

  • Reservar tempo para hobbies pessoais: ler, ouvir música, pintar, cozinhar ou qualquer atividade que proporcione prazer.

Se você é cuidador e percebe algo diferente,  que o peso está maior, que a rotina virou puramente exigência e não mais cuidado com afeto, busque ajuda. Falar sobre o que sente e respirar de novo é um sinal de coragem, não de falha. 

O CVV (Centro de Valorização da Vida) oferece apoio emocional gratuito através do telefone 188, busque ajuda!

Referências

FELIPE, S. G. B. et al. Ansiedade e depressão em cuidadores informais de idosos dependentes: um estudo analítico. Rev. Bras. Enferm. v. 73, n. 1, 2020. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/MLdb7D8Y6dCnxkXmSP3G8PP/?format=pdf&lang=pt

PIOVEZAN, N. M. et al. Cuidando dos Cuidadores: Um Olhar Sobre a Depressão em Cuidadores de Idosos. Ensaios USF. v. 1, n. 1, p. 187- 201. Disponível em: https://ensaios.usf.edu.br/ensaios/article/view/59

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

Setembro Azul: Desafios da Surdez na Terceira Idade

 


A perda auditiva relacionada ao envelhecimento, é considerada a terceira condição mais comum em idosos, depois da artrite e da hipertensão, ela não afeta apenas a capacidade de ouvir, mas também a comunicação, a cognição, relações sociais, saúde mental, segurança e a qualidade de vida do idoso (KARAM et al, 2016).

Estima-se que até 64% das pessoas acima de 60 anos apresentam algum grau de perda auditiva. Por ser progressiva e silenciosa, muitas vezes a surdez só é diagnosticada em estágios avançados. Isso reduz as chances de adaptação a aparelhos auditivos e compromete intervenções reabilitadoras (KARAM et al, 2016).

Principais Desafios (BÉRIA et al, 2009)

  • Dificuldade na comunicação social: A perda auditiva associada à idade  torna difícil distinguir consoantes, especialmente em ambientes ruidosos. Assim, o idoso escuta, mas não compreende totalmente o que é dito. Sendo assim, devido às falhas de comunicação, muitos idosos evitam conversas, reuniões familiares ou encontros sociais. 

  • Declínio na cognição: Com a audição comprometida, o cérebro precisa dedicar mais esforço para compreender a fala, gerando sobrecarga cognitiva. Estudos apontam que a surdez não tratada está associada ao aumento do risco de demência e declínio cognitivo precoce.

  • O emocional: O esforço constante para ouvir e os mal-entendidos durante a comunicação podem gerar sentimentos de frustração e ansiedade. A dificuldade em se expressar ou participar de conversas sociais pode fazer com que o idoso se sinta incapaz ou inferior, favorecendo sintomas depressivos.

  • Perigos no dia a dia: A surdez reduz a percepção de sons de alerta, como buzinas, alarmes, campainhas e até mesmo vozes de aviso, colocando o idoso em maior risco de acidentes domésticos e urbanos. A perda auditiva também está associada a maior risco de quedas, comprometendo a autonomia e aumentando a dependência de terceiros.

A surdez na terceira idade não deve ser vista apenas como uma limitação sensorial, mas como uma condição que afeta múltiplas dimensões da vida do idoso comunicação, cognição, saúde emocional, segurança e independência. Reconhecer esses desafios é fundamental para promover diagnósticos precoces, estratégias de reabilitação auditiva e ações de inclusão social, garantindo maior qualidade de vida ao envelhecer. (CRUZ et al, 2009).

Referências

BÉRIA, J. U. et al. Hearing impairment and socioeconomic factors: a population-based survey of an urban locality in southern Brazil. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 25, n. 6, p. 481–490, 2009. 

CRUZ, M. S. et al. Prevalência de perda auditiva referida e causas atribuídas: estudo populacional em idosos. Cadernos de Saúde Pública, v. 25, n. 5, p. 1123–1131, 2009.

KARAM, Karina; SANTOS, Jéssica C.; SILVA, Maria A. Impactos da presbiacusia na qualidade de vida do idoso. Revista Kairós: Gerontologia, v. 19, n. 3, p. 119-136, 2016.

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Burnout em cuidadores: sinais de alerta e como buscar ajuda

 


    Cuidar de um familiar que esteja adoecido é um grande ato de amor, mas que exige uma grande dedicação e doação pessoal, de tempo, afeto e carinho. Quando essa dedicação diária não é acompanhada do apoio de outros familiares e autocuidado, o cuidador pode desenvolver o burnout, um estado de esgotamento físico, emocional e mental (ALVES et al, 2019).

    Esse esgotamento é muito comum nos cuidadores que acompanham idosos ou pessoas com doenças crônicas, tanto naqueles que exercem a função de maneira profissional e principalmente os familiares que acabam assumindo essa posição, especialmente nas situações de alta demanda e baixa rede de suporte. É importante entender que burnout não é “fraqueza”: é uma resposta natural a uma carga prolongada de estresse (ALVES et al, 2019).

Principais Sinais de Alerta do Burnout (DA SILVA et al, 2009) 

  • Fadiga constante, mesmo após repouso;

  • Falta de motivação e prazer nas atividades diárias;

  • Irritabilidade e alterações de humor;

  • Sensação de culpa por não fazer “o suficiente”;

  • Problemas de sono;

  • Dores no corpo e outros sintomas físicos persistentes;

  • Isolamento social e sentimento de sobrecarga.

Como buscar ajuda? (TESSAROLO et al, 2024)

  • Reconheça seus limites: ninguém consegue cuidar bem do outro se não cuidar de si;

  • Converse com profissionais: psicólogos, médicos e assistentes sociais podem oferecer orientação e suporte emocional;

  • Compartilhe as responsabilidades: envolva outros familiares, amigos ou redes de apoio;

  • Busque grupos de apoio: compartilhar experiências ajuda a aliviar o peso emocional;

  • Reserve tempo para si mesmo: momentos de lazer e descanso são fundamentais.

  • Informação é proteção: aprender mais sobre a condição da pessoa cuidada facilita o enfrentamento diário;

  • Não hesite em pedir ajuda: o autocuidado é um ato de coragem, não de egoísmo.

Lembre-se de que para cuidar do próximo é necessário estar bem consigo mesmo. Reconhecer os sinais do burnout é o primeiro passo para quebrar o ciclo do esgotamento e buscar uma rotina mais saudável, tanto para o cuidador quanto para quem recebe os cuidados.

Referências

ALVES, L. C. S.; et al. Síndrome de burnout em cuidadores informais de idosos com demência: uma revisão sistemática. Demência & neuropsicologia. v. 13, n. 4, p. 415-421, 2019. Disponível em: https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6907708/

DA SILVA, M. J.; et al. Avaliação da Presença da Síndrome de Burnout em Cuidadores de Idosos. Rev. Enfermería Global. n. 16, p. 1-10, 2009. Disponível em: https://scielo.isciii.es/pdf/eg/n16/pt_clinica1.pdf

TESSAROLO, M. M. M.; et al. Síndrome de Burnout em Cuidadores Formais de Idosos: Uma Análise Abrangente da Literatura. Revista Contemporânea. v. 4, n. 3, 2024. Disponível em: https://ojs.revistacontemporanea.com/ojs/index.php/home/article/view/3727/2840