Convulsões ou crises convulsivas são definidas como evento
paroxístico devido a descargas anormais, excessivas e hipersincrônicas de um
agregado de neurônios do sistema nervoso central (SNC). Uma crise convulsiva
isolada, por si só, não representa evidência de doença neurológica. Pode
representar apenas uma resposta do sistema nervoso central a agressões que
interferem no equilíbrio excitatório/inibitório do córtex cerebral. Ocorre por
privação excessiva do sono; danos cerebrais por infecções, neoplasias e/ou
alterações vasculares; uso abusivo ou abstinência de substâncias e/ou álcool;
estresse físico excessivo; distúrbio metabólico e medicamentos, não havendo
recorrência após a correção do distúrbio precipitante. Se há recorrência ou
probabilidade aumentada de recorrência, configura-se epilepsia (FISHER et al.,
2005; 2010 apud FREITAS, 2013).
Essas condições são de particular importância para o
geriatra, pois, apesar da percepção errônea de que se trata de um problema de
crianças e adultos jovens, a prevalência e a incidência de crises convulsivas e
de epilepsia aumentam com a idade. Muitos indivíduos que apresentam crises
convulsivas após os 60 anos têm doença cerebral identificável, dando-lhe a
situação de predisposto, caracterizando a epilepsia de início tardio (LEPPIK,
2009; VAN COTT, PUGH, 2008; Sirven, Ozuna, 2005; BOGGS Et al., 2010 apud
FREITAS, 2013).
As crises convulsivas em idosos aumentam o risco de
dependência funcional, de diminuição da autoconfiança e de quedas com lesões
corporais e outras sequelas, que poderão contribuir para a perda de qualidade
de vida (ROWAN, 2005 apud FREITAS, 2013).
Em relação ao tratamento, a presença de determinadas
condições mórbidas comum em idosos, como déficit visual secundário a catarata
ou degeneração macular associada à idade e deficiência cognitiva, podem
dificultar a adesão medicamentosa e requerer supervisão de um cuidador, sob
risco de comprometer o tratamento e trazer sérias consequências (ROWAN, 2005
apud FREITAS, 2013).
FREITAS,
E.V. Tratado de geriatria e gerontologia. In: Tratado de geriatria
e gerontologia. 3º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 426-436, 2013.
Disponível em: <https://ftramonmartins.files.wordpress.com/2016/09/tratado-de-geriatria-e-gerontologia-3c2aa-ed.pdf>.
Acesso em: 12 abr 2021.
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