As mulheres idosas são muitas vezes consideradas como pilares da família, ocupando um lugar central na união familiar e em muitos casos, o sustento financeiro do lar. Esse destaque está relacionado a uma construção social, que desde cedo prepara as mulheres para o cuidado da família. Deste modo, muitas mulheres idosas continuam o cuidado com os netos, filhos e cônjuges (CAMARANO, 2003).
O que torna as mulheres idosas o alicerce da família? (CAMARANO, 2003).
Força silenciosa da família: nos dias de hoje, cada vez mais cresce as famílias onde a avó é a responsável pelo lar. Estas mulheres acolhem filhos adultos em crises financeiras, netos sob sua guarda ou até mesmo irmãos e parceiros idosos que necessitam de cuidado;
Estabilidade em tempos de crise: além de garantir a união familiar, elas também exercem a gestão de suas vidas, coordenando datas comemorativas, religião, valores culturais e momentos de crise;
O problema da sobrecarga silenciosa: apesar de sua importância, muitas vezes essas mulheres acumulam funções sem apoio necessário, tornando tudo uma sobrecarga silenciosa. Por conta disso, é essencial reconhecer que estas mulheres precisam também de cuidado, descanso, reconhecimento e acima de tudo ajuda.
Portanto, o protagonismo feminino também traz muitos desafios. A sobrecarga vivida pode comprometer sua saúde física e mental, por muitas vezes assumirem esse papel sem apoio. Por conta disso, pesquisadores e profissionais de diferentes áreas alertam para a necessidade de reconhecer o trabalho invisível e garantir sua dignidade e bem-estar (MINAYO, 2021).
Contudo, reconhecer as mulheres idosas como pilar da família é entender que sua importância vai além da figura de avó cuidadosa. Estas mulheres são gestoras da vida de muitos lares, transmitindo segurança, fortalecimento dos laços e estabilidade, para a família e para a própria sociedade. Valorizar seu papel significa dar o devido valor ao seu trabalho e ao esforço que essas mulheres exercem para manter suas famílias unidas e consequentemente, saudáveis (MINAYO, 2021).
Referências
MINAYO, M. C. S. Cuidar de quem cuida de idosos dependentes: por uma política necessária e urgente. Ciênc. Saúde Colet. v. 26, n. 1, 2021. Disponível em: https://doi.org/10.1590/1413-81232020261.30872020
CAMARANO, A. A. Mulher idosa: suporte familiar ou agente de mudança? Estud. Av. v. 17, n. 49, 2003. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0103-40142003000300004
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