A perda auditiva relacionada ao envelhecimento, é considerada a terceira condição mais comum em idosos, depois da artrite e da hipertensão, ela não afeta apenas a capacidade de ouvir, mas também a comunicação, a cognição, relações sociais, saúde mental, segurança e a qualidade de vida do idoso (KARAM et al, 2016).
Estima-se que até 64% das pessoas acima de 60 anos apresentam algum grau de perda auditiva. Por ser progressiva e silenciosa, muitas vezes a surdez só é diagnosticada em estágios avançados. Isso reduz as chances de adaptação a aparelhos auditivos e compromete intervenções reabilitadoras (KARAM et al, 2016).
Principais Desafios (BÉRIA et al, 2009)
Dificuldade na comunicação social: A perda auditiva associada à idade torna difícil distinguir consoantes, especialmente em ambientes ruidosos. Assim, o idoso escuta, mas não compreende totalmente o que é dito. Sendo assim, devido às falhas de comunicação, muitos idosos evitam conversas, reuniões familiares ou encontros sociais.
Declínio na cognição: Com a audição comprometida, o cérebro precisa dedicar mais esforço para compreender a fala, gerando sobrecarga cognitiva. Estudos apontam que a surdez não tratada está associada ao aumento do risco de demência e declínio cognitivo precoce.
O emocional: O esforço constante para ouvir e os mal-entendidos durante a comunicação podem gerar sentimentos de frustração e ansiedade. A dificuldade em se expressar ou participar de conversas sociais pode fazer com que o idoso se sinta incapaz ou inferior, favorecendo sintomas depressivos.
Perigos no dia a dia: A surdez reduz a percepção de sons de alerta, como buzinas, alarmes, campainhas e até mesmo vozes de aviso, colocando o idoso em maior risco de acidentes domésticos e urbanos. A perda auditiva também está associada a maior risco de quedas, comprometendo a autonomia e aumentando a dependência de terceiros.
A surdez na terceira idade não deve ser vista apenas como uma limitação sensorial, mas como uma condição que afeta múltiplas dimensões da vida do idoso comunicação, cognição, saúde emocional, segurança e independência. Reconhecer esses desafios é fundamental para promover diagnósticos precoces, estratégias de reabilitação auditiva e ações de inclusão social, garantindo maior qualidade de vida ao envelhecer. (CRUZ et al, 2009).
Referências
BÉRIA, J. U. et al. Hearing impairment and socioeconomic factors: a population-based survey of an urban locality in southern Brazil. Revista Panamericana de Salud Pública, v. 25, n. 6, p. 481–490, 2009.
CRUZ, M. S. et al. Prevalência de perda auditiva referida e causas atribuídas: estudo populacional em idosos. Cadernos de Saúde Pública, v. 25, n. 5, p. 1123–1131, 2009.
KARAM, Karina; SANTOS, Jéssica C.; SILVA, Maria A. Impactos da presbiacusia na qualidade de vida do idoso. Revista Kairós: Gerontologia, v. 19, n. 3, p. 119-136, 2016.
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