Há evidências científicas que indicam que atividades
de estimulação cognitiva, social e física beneficiam a manutenção de
habilidades preservadas e favorecem a funcionalidade.
O treinamento das funções cognitivas como atenção, memória, linguagem, orientação e a
utilização de estratégias compensatórias são muito úteis para investimento
em qualidade de vida e para estimulação
cognitiva.
Pacientes mais
ativos utilizam o cérebro de maneira mais ampla e sentem-se mais seguros e
confiantes quando submetidos a tarefas prazerosas e alcançáveis. A seleção, frequência e distribuição de tarefas deve
ser criteriosa e, preferencialmente, orientada por profissionais.
O intuito dos tratamentos não farmacológicos não é fazer com que a pessoa com demência volte a
funcionar como antes da instalação da doença, mas que funcione o melhor
possível a partir de novos e evolutivos parâmetros.
Quando estimulados
e submetidos a atividades que conseguem realizar, os pacientes apresentam ganho de autoestima e iniciativa,
e assim tendem a otimizar o uso das
funções ainda preservadas.
As intervenções oferecidas podem ser de três áreas
diversas: estimulação cognitiva,
estimulação social e estimulação física. Quando combinadas, podem obter
melhores resultados. Embora sejam importantes, sugere-se cautela na oferta de
tratamento com intervalo entre atividades.
Estimulação Física
A prática de atividade
física e de fisioterapia oferece benefícios neurológicos e melhora na
coordenação, força muscular, equilíbrio e flexibilidade. Contribui para o ganho de independência, favorece a
percepção sensorial, além de retardar o declínio funcional nas atividades de
vida diária. Alguns estudos mostram que atividades regulares estão
associadas a evolução mais lenta da Doença de Alzheimer. Além de alongamentos, podem ser indicados exercícios para fortalecimento muscular e
exercícios aeróbicos moderados, sob orientação e com acompanhamento dirigido.
Estimulação Cognitiva
O objetivo geral desse tipo de estimulação é minimizar as dificuldades dos pacientes a
partir de estratégias compensatórias, para que possam fazer uso de recursos
intelectuais presentes de maneira consistente. Podem ser feitas atividades
grupais ou individuais. Em ambos os casos, deve-se atentar para as necessidades
dos pacientes, para situações do dia a dia que promovam autonomia e capacidade
decisória, a partir de novas estratégias, para o cumprimento de tarefas.
Durante as atividades são utilizadas técnicas que resgatam memória antiga, exploram
alternativas de aprendizado, promovem
associação de ideias, exigem raciocínio e atenção dirigida, favorecem
planejamento com sequenciamento em etapas e antecipação de resultados e
consequências, proporcionam treino de
funções motoras e oferecem controle comportamental relacionado aos impulsos e
reações.
Pode ser praticada em tarefas variadas como jogos, desafios mentais, treinos específicos,
construções, reflexões, resgate de histórias e uso de materiais que compensem
dificuldades específicas (por exemplo, calendário para problemas de
orientação temporal).
Estimulação Social
São iniciativas que priorizam o contato social dos pacientes estimulando as habilidades de
comunicação, convivência e afeto, promovendo integração e evitando a apatia e a
inatividade diante de dificuldades. Além de intervenções em grupo para estimulação cognitiva e física, podem
ser realizadas atividades de lazer, culturais, celebração de datas importantes
e festivas.
Para o idoso, o contato com a família tende a ser a
principal fonte de convívio e satisfação a partir de interação social. Diante
das dificuldades dos idosos com Alzheimer, pode parecer que as alternativas de
contato fiquem limitadas a ponto de inviabilizar o relacionamento. Isso não é
verdade. Há muitas maneiras de
relacionamento de qualidade com alcance mútuo de satisfação: resgatar histórias
antigas, especialmente envolvendo lembranças agradáveis e que tenham relevância
familiar, contato físico e afetuoso bem como acompanhamento de rotina e
atividades diárias. São esses os tipos de tarefas que o paciente tende a
ficar mais à vontade e aproveitar melhor o momento de encontro com familiares.
Referência:
Associação Brasileira de Alzheimer. ABRAz. Disponível
em http://abraz.org.br/web/sobre-alzheimer/tratamento/
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